Percepção vs Realidade
Percepção vs Realidade
Vivemos em
uma era em que o conhecimento é, muitas vezes, condicionado àquilo que podemos mensurar
com os sentidos. “Só posso crer naquilo que vejo, ouço ou toco”, dizem
alguns. A ciência moderna, em sua metodologia, reforça essa ideia ao se basear
no que é observável, repetível e quantificável. No entanto, há uma pergunta
mais profunda que ecoa desde os tempos antigos: e se a realidade for
maior do que aquilo que conseguimos perceber?
Percepção não é realidade — é apenas uma interpretação
A coexistência do invisível: quando a percepção se expande
Evidências científicas do invisível
Criador e criatura: uma relação baseada no que já é
A pergunta que fica: podemos, por nossos próprios meios, ver o invisível?
Conclusão: Ver além é possível, mas não é automático
Nossos
sentidos, por mais úteis que sejam, são limitados. Enxergamos apenas uma fração
minúscula do espectro eletromagnético — a chamada luz visível.
Existem sons que jamais ouviremos, frequências que atravessam nosso corpo sem
serem percebidas, partículas em movimento constante que escapam ao toque ou à
visão.
Isso
revela um fato incontornável: a percepção é parcial, filtrada, e
muitas vezes, enganosa. O cérebro interpreta aquilo que os sentidos
captam. O que vemos, portanto, não é a realidade em si, mas uma representação
condicionada dela.
A Bíblia
traz uma narrativa fascinante sobre essa limitação da percepção. Em 2
Reis 6:17, o profeta Eliseu ora para que Deus abra os olhos do seu
servo, que estava apavorado diante de um exército inimigo. Ao ter seus
olhos "abertos", o servo vê carros e cavalos de fogo —
exércitos celestiais que estavam ali o tempo todo, mas invisíveis até então.
O servo
não recebeu novos olhos, mas sim uma ampliação da percepção com
os mesmos olhos que já possuía. O invisível não surgiu naquele momento; ele
sempre esteve presente, apenas oculto à percepção sensorial natural.
Esse ponto
é crucial: a revelação não foi algo adicionado ao homem, mas sim uma
restauração e elevação da capacidade já existente. O Criador não precisou
alterar a natureza do servo, apenas remover o véu da limitação
sensorial.
Curiosamente,
a ciência moderna reconhece fenômenos semelhantes em um nível puramente físico.
Criamos instrumentos que ampliam nossos sentidos, permitindo-nos
ver o infravermelho, escutar frequências ultrassônicas ou detectar ondas de
rádio. Ou seja, passamos a perceber realidades que sempre estiveram
presentes, mas que estavam além do alcance natural dos
nossos sentidos.
Se isso é
possível no campo físico, por que não poderia ser no campo espiritual?
Aqui
reside uma reflexão teológica profunda: Deus, ao se revelar ao homem, não
precisa criar algo novo no ser humano para que este se relacione com
Ele — mesmo após a queda. A obra de Deus não adiciona, mas restaura e enobrece aquilo
que o homem já possui em sua constituição como criatura feita à imagem d’Ele.
A
percepção espiritual, portanto, não é uma realidade alienígena à natureza
humana, mas sim uma capacidade que foi ofuscada, não destruída.
Quando Deus se revela, Ele ressuscita sentidos adormecidos e desobstrui
a visão interior.
Assim como
desenvolvemos tecnologia para "ver" o que nossos olhos não alcançam,
seria possível desenvolver instrumentos que nos permitam perceber o
invisível espiritual?
Essa é a
grande limitação da razão humana: por mais que possamos avançar no conhecimento
das coisas criadas, o Criador continua sendo transcendente,
inalcançável por ferramentas produzidas no laboratório da criação.
Não se
acessa o eterno pelo finito. Não se mede o Infinito com réguas feitas de tempo
e espaço.
Contudo, o
homem pode sim preparar-se para perceber mais — não por
tecnologia, mas por submissão, sensibilidade e abertura
espiritual. Quando a percepção é restaurada por Deus, o que é invisível se
torna evidente, não por causa de novos olhos, mas porque os olhos
antigos finalmente enxergam como foram feitos para enxergar.
A
realidade não depende da nossa percepção para existir. Mas nossa vida depende
profundamente de como percebemos a realidade. E se parte dela está
oculta aos sentidos, talvez seja hora de perguntar:
Estamos
realmente vendo tudo o que há para ver?
Talvez não
seja uma questão de adicionar sentidos, mas de permitir que o Criador
restaure aquilo que já está em nós — para que vejamos, ouçamos e
compreendamos realidades mais altas, que estão ao nosso redor agora
mesmo, esperando para serem reveladas.
Criador Abençoe

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