Unidade Primordial

Unidade Primordial


Tudo vem da mesma origem

Todas as coisas vêm da terra. Contudo, ao brotar dela, assumem formas distintas — cada uma de acordo com a sua espécie. O barro pode ser vaso, tijolo ou escultura; a semente pode ser árvore frondosa ou erva passageira. Da mesma matriz, nascem expressões diferentes.


O paralelo com os sentidos

Se refletirmos, os sentidos funcionam do mesmo modo. A informação chega pura, em estado bruto, e só depois se distribui nos diferentes canais: visão, audição, olfato, tato, paladar.
Por isso, em certo nível, é possível ver com os ouvidos, ou cheirar com os olhos. Antes de a percepção se fragmentar em “som”, “imagem” ou “aroma”, ela é apenas uma única realidade — informação em essência.


Da unidade à diversidade humana

O próprio ser humano é exemplo vivo dessa verdade.

A Bíblia afirma que de um único casal — Adão e Eva — surgiu toda a humanidade.

“De um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra...” (Atos 17:26).

Da unidade primeira nasceu a multiplicidade: diferentes cores de pele, línguas, culturas e expressões. A diversidade étnica, que hoje tanto distingue os povos, não é contradição da unidade, mas fruto dela.
Assim como os sentidos traduzem de modos distintos uma mesma realidade, também a humanidade manifesta, em pluralidade, a unidade original. Somos muitos, mas de uma só raiz.


O olhar da ciência

A neurociência oferece pistas sobre isso:

Sinestesia mostra que é possível “ouvir cores” ou “ver sons”.

Neuroplasticidade revela que um sentido pode se adaptar ao lugar de outro.

Integração sensorial explica que, no fundo, o cérebro não vê, nem ouve, nem cheira: ele traduz tudo em impulsos elétricos vindos de uma mesma fonte.

A multiplicidade é, portanto, apenas tradução de uma essência única.


A luz branca e o arco-íris

A luz é una, mas quando atravessa o prisma, se desdobra em sete cores visíveis. A diversidade cromática é, na verdade, manifestação da mesma luz original.

A linguagem digital como exemplo moderno Na tecnologia, encontramos o mesmo princípio. O que chamamos de vídeo, imagem ou som não passa de diferentes modulações de uma mesma energia — impulsos elétricos ou sinais digitais, traduzidos em códigos binários (0 e 1). O que os diferencia não é a essência, mas a forma como são organizados e interpretados: O som é apenas a vibração convertida em onda digital. A imagem é a luz transformada em pixels numéricos. O vídeo é a junção das imagens em movimento com o som. Tudo nasce de um mesmo código-fonte universal. A diversidade de formatos não contradiz a unidade, apenas a torna perceptível de modos distintos.


Um eco espiritual

Se a diversidade dos sentidos e da humanidade nasce de uma só base, também nossas percepções da vida e de Deus podem ser entendidas assim. O Verbo — a Palavra criadora — é a Fonte de onde tudo procede, seja luz, som ou forma.
Assim, ver com o ouvido, ouvir com os olhos ou sentir com o coração é apenas retornar à unidade da experiência original.


Conclusão

Da terra, tudo procede.
De Adão e Eva, toda a humanidade.
Do Verbo, toda a criação.

A diversidade dos sentidos, das etnias e das formas não é fragmentação, mas distribuição de uma única essência.

“Haja luz, e houve luz.”

A criação começou como som, mas tornou-se forma.


Criador Abençoe

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