Máscaras: Como se proteger delas — e se libertar das suas
Máscaras: Como se proteger delas — e se libertar das suas
Por que, mesmo cercados de pessoas, às vezes sentimos um vazio surdo, uma
ausência de nós mesmos?
A resposta pode estar onde menos olhamos: nas máscaras.
Não as de carnaval, nem as de teatro. Mas aquelas que vestimos todos os dias —
para sermos aceitos, respeitados, amados. E mais ainda: nas máscaras que os
outros também vestem, silenciosamente, diante de nós.
Desde pequenos, aprendemos a nos adaptar:
- Dizem
para sorrir, mesmo quando queremos chorar.
- Dizem
para ser fortes, mesmo quando estamos despedaçados.
- Dizem
para não fazer barulho, não ser “estranho”, não ser “diferente”.
Aos poucos, moldamos personagens:
- A
profissional eficiente.
- O
parceiro perfeito.
- O
filho exemplar.
- O
amigo que nunca reclama.
Cada papel tem seu figurino, sua fala decorada, sua postura
ensaiada.
Mas ninguém nos ensina a tirar o figurino quando acaba o
espetáculo.
As máscaras dos outros também são perigosas
Vivemos cercados por pessoas mascaradas:
- Quem
finge bondade, mas esconde manipulação.
- Quem
sorri com os lábios, mas fere com o olhar.
- Quem
se diz verdadeiro, mas é só mais um personagem ensaiado.
A ilusão se tornou norma.
E é por isso que precisamos desenvolver um novo tipo de proteção:
não contra ataques físicos, mas contra relações falsas.
Aprender a ler o não-dito.
A escutar o tom, não só as palavras.
A confiar mais na intuição do que na performance social.
Mas o perigo maior não está fora — está dentro
O maior risco não é acreditar na máscara dos outros.
É acreditar na nossa própria.
Porque depois de anos interpretando, esquecemos que estamos
atuando.
E quando o personagem se torna mais forte que o autor, a vida perde sabor.
Você acorda todos os dias cumprindo o roteiro, mas sem saber por quê.
Libertar-se é difícil. Mas é vital.
Tirar a máscara dói. Porque ela virou escudo.
Sem ela, somos vulneráveis. Expostos. Humanos.
Mas também somos reais.
Ser quem se é — com todas as imperfeições, falhas,
contradições — não é fraqueza.
É coragem.
É força.
É o único caminho para uma vida que não seja um teatro infindável.
Como se proteger das máscaras alheias — e das suas
- Observe
os padrões, não só as palavras.
Quem mente, manipula ou representa sempre deixa rastros. - Questione
sua performance.
Você está vivendo ou representando? Está agindo por escolha ou por medo? - Pratique
a autenticidade em pequenas doses.
Um “não” que você costuma engolir. Uma opinião que você esconde. Uma verdade que você não diz. - Permita-se
ser imperfeito.
A máscara exige perfeição. O eu verdadeiro se permite errar — e crescer. - Cerque-se
de quem vê você além da máscara.
Gente que não exige espetáculo, mas presença. Que acolhe, não apenas admira.
Conclusão
O século XXI é o século das aparências, dos filtros, das
identidades digitais construídas.
Mas, no fundo, todo ser humano ainda anseia pelo que é real:
um olhar sincero, uma conversa honesta, uma vida com propósito.
E nada disso é possível enquanto vivermos mascarados.
Tire a sua.
Proteja-se das alheias.
E reencontre o autor que existe sob o personagem.
A liberdade começa aí.
Não continuemos sendo sepulcros caiados (Mateus 23:27-28), não por imposição, e nem por ecolha. Tratemos honestamente com a nossa alma.
Criador abençoe!

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